O direito à escolha

Você provavelmente me conhece

...

E deve saber o quanto eu respeito essa parada de escolha. Tava pensando sobre algumas coisas e resolví falar sobre isso.

A gente nasce mais ou menos igual um filhote de cabrito (só que eles aprendem a "andar" muito antes). Quer dizer, a gente faz o que quer, mas temos pouco direito de escolha. Não escolhemos o peito que a gente vai mamar (mesmo eu sempre preferindo o esquerdo...), a roupa que a gente vai usar (aqueles macacões que mudam de cor pros outros saberem qual é seu sexo), e nem mesmo o presente que vamos ganhar do papai noel.

A gente vai crescendo e fica claro que o direito de escolha é o que vai nos diferenciando do cabritinho. Não queremos tal coisa de almoço, vamos torcer por tal time (que não seja o corinthians... esse o pobre muleque não tem escolha. O pai mata ele se trocar) e até mesmo usar a cuequinha do personagem preferido ao invés daquela branca sem graça que você ganhou da sua vó.

Mas o que mais me encanta nesse lance todo é como as escolhas que fazemos mostram como fomos criados e o que aceitamos de tudo aquilo! Quando somos crianças nossa mente é facilmente moldada por idéias e ideais externos. Nossos pais, a TV, um herói, um ídolo... esses caras enchem nossa cabeça de tudo que eles escolheram. E o que podemos fazer senão aceitar como nossas escolhas? Ainda não temos maturidade para lutar contra isso.

Aí chega a adolescência e a hora de negar tudo o que nos foi passado. Hoje, depois de já ter largado dessa época, muitos criticam e dão "soluções" de como tratar "essa tal revolta adolescente". Bá! Mal sabem eles que esse momento é o mais importante para a formação do nosso carácter! É a hora em que nos despimos de tudo que nos foi ensinado e escolhemos aquilo que vamos querer levar para nossa vida, aquilo que vamos mudar e aquilo que vamos jogar fora!

Pois bem... 

Dentro disso eu admiro aqueles que tendem a escolher os caminhos mais difíceis porque acreditam naquilo que querem (não... não estou falando sobre assumir a homossexualidade ¬¬'). Aqueles que são tachados de estranhos, esnobes, nerds, froxos, etc. porque suas escolhas não são as mais tradicionais ou as da moda. Uma vez estava falando com um amigo sobre namoro e ele estava contando que teve a primeira vez com a namorada. Eu, todo machão, batí nas costas dele e mandei aquele "mandou bem mano!". Mas ele, por sua vez, desviou o olhar e disse:
- Cara... eu me sentí um animal, nunca mais quero fazer aquilo.
Já perceberam como a gente fica quando está transando? Deixamos de lado várias verdades que construímos e nos estregamos ao prazer. Eu não estou falando mal, gosto disso e aceito. Mas hoje, andando na rua, pensando nisso, me veio uma idéia... será que isso era a maneira dele de negar o instinto e favorecer seu poder de escolha? Se manter sóbrio? Humano?

No dia eu fiquei encucado com ele, mas hoje, depois de ter feito uma das minhas escolhas pra vida (nunca julgar alguém sem antes pensar sobre seus motivos) eu dou meus parabéns para ele. Não porque eu ache certo não transar, mas pela força de vontade em manter os ideais acima dos dogmas dos dias de hoje.

Mas é uma escolha que eu nunca faria! Há!